Conheça mais São José, perfeito cumpridor da vontade de Deus

Conheça mais São José, perfeito cumpridor da vontade de Deus

Para comemorar os 150 anos da declaração de José, esposo de Maria, como padroeiro da Igreja Católica, o Papa Francisco chamou toda a Igreja para celebrar o Ano de São José. E em sua carta intitulada “Com coração de Pai”, o Pontífice também nos convidou a refletir e a imitar a obediência desse amado patriarca a Deus.

Por meio da Bíblia, sabemos que Deus utilizou muitas vezes os sonhos para manifestar seus desígnios aos homens. Com São José isso aconteceu. A partir de sonhos que Deus lhe contou sobre seu plano de salvação para toda a humanidade.

Inicialmente, José se encontrava com certa angústia no coração, pois sua esposa, Maria, estava grávida e dizia se tratar de obra divina. Era difícil para Ele acreditar que Ela tivesse pecado com o adultério. Ele acreditava firmemente nas virtudes d’Ela.

Desde o início, descartou a possibilidade de entregar Sua esposa para o julgamento da lei, a qual previa apedrejamento como castigo. Não seria a atitude de um santo. Legalmente, também nada impedia que José lhe desse o libelo de repúdio, que era como que uma carta com valor jurídico que permitiria que ambos pudessem reassumir seu estado de solteirice.

Mas José sabia que isso não implicaria apenas em difamar uma pessoa que tanto amava pelo resto da vida. Ele intuía, por ação do Espírito Santo, que o casamento é para sempre, ou seja, Ele já sabia em Seu coração que o que Deus uniu o homem não tem o direito de separar (cf. Mateus 19,6).

Não querendo entregá-La ou difamá-La publicamente mesmo sendo seu dever perante a lei, José pensou em apenas deixá-La secretamente, assumindo assim a responsabilidade para si (cf. Mateus 1,19). Dessa forma, Ele se tornaria o culpado da história e seria recordado como alguém que abandonou a própria esposa e o filho sem mais nem menos. Maria continuaria intacta, já que Ele sabia que era mais fácil que Ela realmente tivesse concebido sobrenaturalmente, mesmo sem saber quem era o pai, do que Ela o tivesse traído.

A iluminação de Deus

Deus ajudou a José e o iluminou em sonho por meio da voz do anjo que Lhe disse: “Não temas receber Maria, Tua esposa, pois o que Ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados” (Mateus 1,20-21).

Dentre todas as soluções que passaram por Sua cabeça anteriormente, foi a apresentada por Deus que o livrou de tal drama e salvou a Sagrada Família. Somente a voz divina trouxe paz ao coração angustiado de José e Lhe coube apenas obedecer, o que Ele prontamente fez (cf. Mateus 1,24)

Mas por que obedecer a Deus? Ora, para José era claro: Deus é quem detém o conhecimento perfeito da realidade tal como ela realmente é, desde o seu início até o seu fim. Não se tratava então apenas de adotar uma postura mais cômoda ou que causasse menos danos a ambos. Eram os pensamentos divinos, capazes de penetrar onde não conseguimos enxergar naturalmente. A sabedoria de Deus, para José, realmente estava acima da sabedoria humana (cf. 1Coríntios 1,18-28). Não haveria outra resposta a dar a não ser a da confiança incondicional.

Depois do nascimento

Depois que Jesus nasceu, Sua vida corria perigo e mais uma vez José precisou ser dócil à orientação de Deus para poder salvar a vida da criança. Em sonho, o anjo Lhe ordenou: “Levanta-Te, toma o Menino e Sua Mãe, foge para o Egito e fica lá até que eu Te avise, pois Herodes procurará o Menino para O matar” (Mateus 2,13).

Para uma pessoa sem fé, imediatamente poderia ecoar as seguintes perguntas: “Mas como vamos sobreviver no Egito? Como vou conseguir trabalho? E se formos descobertos?”. Para José não era necessário colocar tantas perguntas e Ele tinha claro que a voz que O ajudou na primeira vez com certeza Lhe seria fiel também na segunda.

Por mais que houvesse muitos motivos para dramatizar a situação, coube a José apenas obedecer e foi o que Ele prontamente fez:

“E Ele levantou-se de noite, tomou o Menino e Sua Mãe e partiu para o Egito, permanecendo ali até a morte de Herodes (Mateus 2,14-15).

Um novo drama surge e José precisou enfrentar: a espera. Tão difícil para a nossa geração imediatista, a espera ocupou um lugar primordial na relação desse bom patriarca com Deus. José interiormente se comprometeu em esperar que Deus novamente Lhe dissesse que passo deveria dar e para qual direção.

Cabia-Lhe crer que o Senhor saberia o momento certo de tirar a família da terra estrangeira no Egito e os reabilitasse para a sua vida ordinária de sua tribo, ou ainda, lhes desse um outro caminho que mesmo não sendo aquele que gostaria, seria com certeza o mais seguro.

Se Deus havia livrado o Menino e Sua esposa de perderem a vida, não seria ali que os abandonaria a mercê da pura sorte. Não significa, no entanto, que José não tivesse o desejo que as circunstâncias mudassem logo. Também não significa que foi uma espera passiva ao ponto de deixar de cumprir seus deveres. Sua espera foi ativa e Ele trabalhou incansavelmente para sustentar Sua família. Foi ativa enquanto permaneceu em oração, recitando os Salmos e meditando as Sagradas Escrituras. Foi ativa enquanto ensinava ao Menino os primeiros versículos sagrados e as melodias dos cantos de louvor a Adonay (o Senhor).

José compreendeu que a obediência exige um ato de saída, ou seja, uma ação, um movimento interior que não se paralisa em si, mas que se externa em atitudes santas. Isso porque o sentimento de confiança nos faz correr atrás das coisas importantes, nos faz lutar e nos faz perseverar até o fim.

Deus, como bem sabemos, não é nenhum ventríloquo que faz as coisas em nosso lugar, pelo contrário, Deus é nosso aliado e quer que contemos cada vez mais com Seu apoio para, por meio de atitudes novas, chegarmos no porto seguro, que é a vontade d’Ele.

Mas no tempo determinado, as coisas mudariam e o anjo tratou logo de ordenar a José em sonho:

“Levanta-Te, toma o Menino e Sua Mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do Menino” (Mateus, 2,19).

Assim José fez! Finalmente poderia regressar para sua cidade, encontrar com Seus irmãos e amigos, para Sua cultura, para aquilo que lhe era mais íntimo e familiar. Tudo parecia estar dando certo novamente, e logo poderia desfrutar de uma vida confortável, até que descobre que o perigo ainda é o mesmo ou até maior, como narra o Evangelho: “Ao ouvir, porém, que Arquelau reinava na Judéia, em lugar de seu pai Herodes, não ousou ir par lá” (Mateus 2,20).

E agora, José?

O que fazer: brigar com Deus? Lamentar e culpá-Lo como se Ele não estivesse preocupado com o bem-estar da Sagrada Família? Pelo contrário, José tinha virtude suficiente para saber que não deveria se expor ao ponto de gerar novos riscos e, graças a certa fineza de Sua intuição, sabia mais do que ninguém que deveria obedecer, todavia, se sabendo responsável em ler os sinais e tomar a atitude correta diante das ordens de Deus.

Para entender melhor esse contexto, devemos ter em conta que a maior preocupação de José não era a de retornar para uma vida confortável para que enfim não tivesse maiores preocupações. Não era o próprio conforto. E por mais que tivesse ambições lícitas para dar coisas boas para Seu filho e esposa, sabia que o melhor que poderia dar era aquilo que o próprio Deus providenciaria. José deu à família o necessário, pois era isso que recebia das mãos do Altíssimo. Foi exatamente assim que procedeu. Ao ser avisado divinamente em sonhos, retirou-Se para a província da Galileia (Mateus 2,20).

José poderia ter Se perguntado “Mas por que a Galileia?” e argumentos não faltariam, pois se tratava de uma terra rude, conhecida por muitos momentos de confusão e brigas. Os judeus do Sul já sabiam que nada de bom poderia vir daquele lugar, pois quem ali vivia tinha muito contato com estrangeiros não circuncidados.

Não parecia estar à altura da vida que um Messias merece, já que nem profetas sequer poderiam daí surgir (cf. João 7,52). Mas era lá mesmo onde José encontraria trabalho, dado o grande fluxo de pessoas e comércio. Era lá mesmo que Jesus deveria começar seu ministério público, entre os desprezados, entre os mais simples e marcados pelo preconceito. Novamente a sabedoria de Deus superaria a dos homens e São José nunca teve dúvida disso.

A figura de São José só apareceu novamente na narrativa do Evangelho quando Jesus ficou no Templo e se perdeu de Seus pais por três dias (cf. Lucas 2,42-52). A partir daí aquele homem obediente e silencioso permaneceu como tal. Não há mais registros confiáveis que narrem Sua vida, nem como educou e cuidou de Jesus, ficando a cargo da nossa imaginação.

Mas não é difícil deduzir que a obediência que Jesus dedicou ao Pai do céu também refletia algo do que Ele aprendeu com Seu pai adotivo. Talvez precisemos meditar um pouco mais sobre isso neste ano tão especial.

Peçamos então a São José que também nos ensine a dizer sim para a vontade Deus, unindo a nossa obediência à de Jesus e à de Maria, assim como Ele tão bem o fez.

São José, rogai por nós.

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