Síndrome do pânico: como identificar, acolher e tratar?

Síndrome do pânico: como identificar, acolher e tratar?

Rotinas agitadas, jornadas de trabalho que extrapolam os horários ou ambientes profissionais, estresses diários: essa combinação de fatores têm conduzido à sociedade a um caminho perigoso, o do adoecimento. Segundo a Agência Escola da UFPR (Universidade Federal do Paraná), mais de 400 categorias de transtornos mentais foram estipuladas nos últimos 60 anos. Enquanto em 1952, a Associação Americana de Psiquiatria (APA) publicou o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais que classificava 128 categorias diagnósticas; em 2013, ou seja, 61 anos depois, a última edição do Manual apresentou 541 categorias.

Cada uma dessas categorias, divide os 450 milhões de indivíduos com algum transtorno mental, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma dessas doenças é a síndrome do pânico, um transtorno que, apenas no Brasil, já atinge cerca de seis milhões de pessoas. É uma condição de sentimentos de medo e ansiedade agudos, que surgem acompanhados de taquicardia, mal-estar e outros problemas físicos, que aparecem sem a necessidade de um motivo aparente. Esses surtos repentinos, também chamados de crises de pânico, podem ocorrer a qualquer hora e em qualquer lugar e, com frequência inconstante, podendo despertar em quem sofre dessa síndrome, vários ataques durante um dia ou algumas crises ao longo do ano. Normalmente com curta duração – intensidade máxima de 10 minutos – durante o ataque, a pessoa é tomada pela sensação de que vai morrer ou de que perdeu o controle sobre si mesma e vai enlouquecer.

Conforme Pfizer Brasil, a síndrome do pânico tem como causa o desequilíbrio químico dos neurotransmissores serotonina e noradrenalina, respectivamente, substâncias do cérebro que influenciam no humor e excitação física. O distúrbio pode ser desencadeado por situações estressantes, traumas psicológicos, entre outros fatores, e também está relacionado às características da personalidade.

Ainda segundo a Pfizer Brasil, não há uma causa específica para a síndrome do pânico, mas há indícios que fatores genéticos têm influência. Cerca de 35% das pessoas que têm parentes de primeiro grau com síndrome do pânico desenvolvem a doença também. Não é possível determinar uma idade específica para a primeira crise, mas ela costuma manifestar-se na adolescência ou no início da idade adulta, sem motivo aparente. Os dados apontam que 70% dos casos começam a se manifestar entre 20 e 35 anos.
Outro dado já identificado é que a síndrome do pânico atinge mais mulheres do que homens, sendo elas 71% dos pacientes. Esse número pode ser atribuído à sensibilização das estruturas cerebrais pela flutuação hormonal, já que a incidência de pânico aumenta no período fértil da vida.

Mas, como podemos identificar a síndrome do pânico?
É muito importante termos em mente que o diagnóstico da síndrome do pânico deve ser feito por um médico especialista. Somente esse profissional poderá detectar essa doença, conforme os critérios estabelecidos no DSM.IV, o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais.

Isso porque não se pode constatar apenas a partir de uma crise isolada ou uma reação de medo intenso, que trata-se de síndrome do pânico. É preciso que as crises sejam recorrentes e resultem em modificações no comportamento, interferindo negativamente e intensamente no estilo de vida dos pacientes.

Entre os sintomas do paciente diagnosticado com síndrome do pânico está o medo extremo de morrer ou enlouquecer; ondas de calor ou frio; formigamento ou dormência nos membros; dor ou desconforto no peito; náusea ou distúrbio gastrointestinal; falta de ar; vertigem; transtorno de personalidade; taquicardia; além de insônia ou sono excessivo. Para caracterizar um ataque de pânico, pelo menos quatro desse sintomas devem ser apresentados, ao mesmo tempo.

Como os sinais característicos dessa doença são muito parecidos com outros diagnósticos, muitas vezes, a síndrome do pânico é identificada apenas após diversos exames e consulta especializada. Em geral, ataques cardíacos, crises de ansiedade, hipertireoidismo, epilepsia e hipoglicemia são, comumente, confundidas com a síndrome do pânico.

Uma diferença importante entre a ansiedade e síndrome do pânico está na intensidade dos sintomas e na imprevisibilidade de sua ocorrência. Segundo a Pfizer Brasil, enquanto a ansiedade tem causas mais lógicas e palpáveis, como um desafio a ser enfrentado ou uma situação delicada que está para ocorrer, a crise de pânico não tem hora nem motivo para começar.

Já uma dica valiosa para diferenciar síndrome do pânico e ataque cardíaco é o ponto de dor: quando o paciente está sofrendo um ataque cardíaco, geralmente a dor opressiva é na região do tórax, podendo irradiar para mandíbula, ombros ou braços, além de ardor no peito. Quando ocorre um ataque de pânico, as dores se espalham pelo tórax e pescoço, mas não provocam a sensação de pressão.

– Como posso ajudar caso alguém próximo tenha uma crise?
A cientista Sabrina Stefanello, da Agência Escola da UFPR, pondera que uma poderosa forma de ajudar é permanecer com a pessoa que está sofrendo a crise e reforçar que não irá deixá-la sozinha. “Ficar junto à pessoa, mantendo a calma, evitar uma escalada da sensação de desespero”, detalhou. Além disso, também é possível ajudar a pessoa a tentar respirar fundo e devagar, fazendo isso junto a ela. Isto evita que a sensação de tontura piore e mesmo que a pessoa tenha a sensação de não conseguir respirar direito, fazer este exercício é uma das maneiras de garantir uma boa entrada de ar nos pulmões”, acrescentou.

– A síndrome do pânico tem tratamento
Essa doença já possui tratamento e pode combinar sessões de psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, além do acompanhamento médico, com prescrição de medicamentos antidepressivos.

Esses medicamentos podem ser utilizados antes de situações já conhecidas por gerar desesperos agudos no paciente diagnosticado, a fim de evitar uma crise. Mas, além disso, outra dica para buscar evitar os ataques de pânico, é a prática de exercício físico, já que, algumas das sensações que as atividades físicas provocam são semelhantes às da síndrome do pânico — batimentos cardíacos acelerados e sudorese –, mas em um contexto agradável e saudável.

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