Conselhos para educar uma criança de temperamento forte

Conselhos para educar uma criança de temperamento forte

Qual a forma ideal para disciplinar uma criança de temperamento forte? Talvez a primeira pergunta a se fazer é “o que significa temperamento forte”. É comum que pais busquem a obediência de seus filhos, usando prêmios e punições para conseguir o comportamento esperado. Crianças rotuladas desta forma, em geral, não se permitem subornar e não se dobram facilmente diante de punições porque lutam pelo que acreditam. Mas não seriam essas características desejáveis em um cidadão correto? Se a resposta é sim, precisamos refletir sobre nosso incômodo com esses comportamentos tão interessantes de nossos pequenos. 

Qual deveria ser o comportamento esperado? Sempre dizer sim? Nunca questionar se o que está fazendo é certo ou não? Uma criança criada para obedecer cegamente não vai crescer para ser um jovem ou adulto autônomo que toma as próprias decisões com clareza e pode se tornar uma pessoa muito insegura.

Na hora de disciplinar é importante compreender que o que queremos é criar adultos que medem as consequências dos seus atos e que arcam com elas. Pessoas que sabem por que tomam determinados rumos e que são capazes de compreender quando as situações são injustas ou antiéticas. Precisamos lembrar que nem sempre estaremos presentes ao longo da vida de nossos filhos para orientá-los. Nessa linha de raciocínio, os castigos ou brigas podem estar, na verdade, impedindo que seu filho desenvolva esse senso crítico.

Por exemplo:

  1. Se você briga, grita, castiga seu filho por não comer e acaba negociando uma quantidade mínima de colheradas para ganhar sobremesa ou algo parecido, na verdade, está impedindo que ele sinta fome ou que pare de comer quando está saciado e conheça seu próprio organismo.
  2. Se você chama todos os dias seu filho adolescente diversas vezes para ir para a escola, está, na verdade, impedindo que ele sofra as consequências de um atraso não justificado.
  3. Se seu filho derrubou ou derramou algo e você o manda embora do cômodo para um castigo, você está evitando que ele lide com a situação e te ajude a limpar.
  4. Ao premiar seu filho para que ele faça algo que não quer, está adotando a mesma lógica de quem oferece propina para alguém sair dos trilhos, e ainda avalizando esse comportamento no seu filho.

Pessoas com temperamentos fortes são, em grande parte das vezes, aquelas que precisam compreender os motivos das coisas porque não costumam aceitar passivamente ordens. Nesses casos, conhecer as razões pelas quais as decisões são tomadas e as regras existem, vai tornar a vida de seu filho (e a sua), muito mais fácil.

Então vamos a algumas dicas práticas:

  1. Escolha suas batalhas: a liberdade é irmã da disciplina. Só consegue se autodisciplinar quem tem espaço para testar, errar e consertar. Mande no seu filho apenas o estritamente necessário. Foque mais nas questões de saúde e segurança.
  2. Não proteja seu filho das consequências de suas ações e concentre-se em soluções. Diga coisas como: filho, agora temos um problema. Como vamos resolver? Isso ajudará seu filho a buscar sua orientação quando estiver em apuros.
  3. Conecte-se com seu filho. A obediência vem da confiança e a confiança vem do respeito mútuo. Bater, gritar e castigar são caminhos que quebram o vínculo de confiança e farão com que seu filho esconda as coisas de você. E esse é um dos maiores pesadelos dos pais.
  4. Respeite as vontades do seu filho. Isso não significa fazer tudo que ele quer, mas reconhecer suas demandas. Isso pode ser feito com frases como “eu sei que você não quer dormir agora mas é preciso descansar para cuidar da saúde” ao invés de “você vai dormir porque eu estou mandando”.

Todas essas dicas são formas que você já usa socialmente com outras pessoas nas quais você não pode mandar. Elas garantem boas relações sociais e cordialidade entre todos os envolvidos. Sempre que queremos que alguém faça algo, explicamos os motivos, chegamos a acordos e todos entendem o que acontece. Pratique com seus amores também. 

Evite lutar contra traços de personalidade tão importantes para a retidão de caráter e olhe para seu filho “difícil” por outro prisma.

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Comentários

  • Sibely
    Ótimo texto, o difícil é quando a filha e a mãe tem o mesmo temperamento forte, é complicado se segurar em vários momentos.

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